quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dois, um.

Depois de algum tempo é tão necessário descobrir os caminhos que transcendem os significados visíveis e possíveis das palavras que jamais foram ditas, tanto quanto daquelas que são ditas constantemente.
Diariamente.
Os caminhos que vão construindo uma vida, ou duas, que nem sempre foi sonhada ou imaginada e transforma os projetos pela sala, pelo quarto ou pela escada de incêndio nas fantasias que já esqueceram de ter.
Qual o problema do tempo para duas pessoas onde uma não quer esquecer da experiência e sensações de ser única e tem medo do dois, ou duas, ou nenhuma.
Emoção.
As sensações não se explicam mas envolvem todas as formas, cheiros e sabores de quem quer que seja, um ou o dois, algumas vezes juntos e outras separados, únicos ou não.
Realidades são variáveis e se transformam, seja para um ou dois, por mais que se diga e ouça que ela é uma e aquela que todos conhecem ou conseguem vislumbrar, quisera que no dois houvesse um único olhar e um único vislumbre, aquele que já foi apaixonado pelo menos uma vez.

Andrea Chernioglo

sexta-feira, 16 de maio de 2008

esCuTando alguns diálogos

Ela disse, nossa hoje ouvi uma coisa muito importante do meu instrutor...
E ele pergunta onde está o fio dental?
Ela triste, poxa era importante...
Ele do outro lado, espera um minuto e estou prestando atenção, deixe-me pegar o fio dental que voltamos a conversar...
Ele voltou e disse, nossa você viu que o Santos perdeu?
Ela pensou, juro que era mais importante...

Ela disse a ele que a massagista havia lhe mostrado algumas regiões com problemas de circulação.
Ele brincando com o cachorrinho.
Ela completou deveria dormir com as pernas mais elevadas que o corpo pois iria ajudar a melhorar...
Ele olha para ela e diz, porque você está com as pernas em cima de dois travesseiros?

Ela comentou que o bife havia ficado muito tempo na chapa e deveria estar esturricado, por isso fez um outro filé mas que era de frango, caso aquele estivesse muito ruim...
Ele consternado. Argh! esse filé está esturricado...
E ela ...

Ele disse em tom de súplica que de vez em quando gostaria de comer algo normal, tipo arroz e feijão
Ela apontou para o prato dele e disse, hoje no seu prato tem apenas arroz, feijão e bife, o que há de diferente nisso?
e ele ...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

(Dis)ritmia

Não, não me refiro à música de Jair Oliveira. Pra ser sincero, se ouvi brevemente uma única vez, é muito ainda...

Mas este título sugere um certo ponto de vista na relação entre homens e mulheres ou mesmo entre pessoas do mesmo sexo. Para efeito e fácil compreensão, vamos falar de Homens e Mulheres.

Eu não li Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus (ou qualquer coisa do gênero). Também não vi os nhentos filmes que tratam desta que é o maior e mais antigo mistério da espécie humana: como Homens e Mulheres fizeram o mundo, Mundo.

Se não fosse a procriação, teria o Macaco evoluído? Rogério Flausino, do Jota Quest, teria escrito "De volta ao planeta dos Macacos" e, pior, "Fácil"?

Teria Kubric realizado "2001 - Uma Odisséia no Espaço"? Existiria "Sabrina"? Adão e Eva nem conto, pois é como explicar para uma criança de 03 anos, em pleno dezembro, que Papai Noel não existe.

Pois bem, eu bato o pé e reafirmo que Homens e Mulheres não se entendem, jamais se entenderam e entenderão.

É como aquela velhinha no show do Fábio Jr. tentando acompanhar a música nas palmas... falta ritmo, ou melhor, os ritmos são diferentes. Ele canta A, a banda acompanha A, ela ouve B e bate a palma no C.

Eu digo: "Tô com sono", ela diz: "Então, vamos conversar?". Eu digo: "Vamos pedir pizza?". Ela diz: "E o nosso regime?"

Escolho um aparelho celular pelo preço - R$10,00 por um novinho, todo moderno, cheio de funções que jamais lerei no manual. Ela, pela cor - "Nossa, esse roxo é lindo! Quero um pra mim!". E lá se vão algumas centenas de reais...

Gosto de praia, ela de campo. Curto o silêncio, ela prefere o som. Meu computador é Windows, o dela, Mac. (nota: o meu poderia ser, tranquilamente, Linux). =)

Eu AMO o rock! Ela, a poesia de Chico. Eu, os tambores de Chico, ela, os olhos de Chico.

Afinal de contas, como é que chegamos até aqui?

Fica para um próximo post.

Inté!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ato 1 - aCenando

Ela em casa;
Ele no trabalho;
Ela idealizando um jantar para sexta a noite;
Ele nem pensando;
Ela comprando algumas velas e pensando no sexo de depois;
Ele ligando pra saber de dinheiro;
Ela fingindo que ele ligou apenas para dizer que ama;
Ele pensando no que há debaixo da roupa da secretária gostosa;
Ela escolhendo ingredientes exóticos que até uma atemóia veio na sacola;
Ele xingando o chefe em pensamento;
O dia dela passando…
e, ele nem vendo o dia passar…
Ela cuidando dos detalhes;
Ele ouvindo no radio que tá um p…. trânsito;
Ela levantando o decote;
Ele sentindo a gravidade puxando para baixo;
Ela combinando a louça com as flores;
Ele gritando com o motoboy;
Ela usando perfume novo;
Ele cheirando a poluição do rio;
Ele atrasando;
Ela vendo a comida esfriando;
Ele atrasando mais;
Ela comendo sozinha;
Ele atrasando ainda mais;
Ela tomando banho sozinha;
Ele atrasando ainda mais um pouco;
Ela bebendo vinho e apagando o fogo;
Ele chegando reclamando;
Ela apando as velas;
Ele nem reparando;
Ela quebrando…
os pratos, os copos, o vinho e até a atemóia na cabeça dele
mas apenas pensando no quebrando…
Hummm será o gerúndio o problema para que as coisas continuem
e, continuem acontecendo… ando…
para pratos quebrando em pensamento…
mas, ela ainda anda preferindo o sexo de depois... pena que o trânsito acabou deixando para depois...

Andrea Chernioglo