quarta-feira, 11 de março de 2015

Quando chegamos aos 10 para mais outros 10 (a graça do amor)

Caminhos conjuntos...

12 de março de 2005.

Uma festa. Nenhum amigo em comum. De um lado, remédio para alergia. De outro, um chinelo surrado 4 números menor e uma bermuda com o elástico intencionalmente quebrado. 

Você preparava as bebidas, eu, as bebia. Era uma crise alérgica. Eu, o meio já de uma grande ressaca. Foi amor (quase) à primeira vista. O quase só durou alguns poucos minutos, pois logo te pedi em casamento. 

"Daqui a 6 meses", disse ela. Após 1 ano já morávamos juntos. Nos casamos. E veio Aurora. Ou veio Aurora e nos casamos, não importa. 

" Brigamos , conversamos, rimos, caímos, levantamos, nos tranquilizamos, nos amamos e ...continuamos " (Marcela Garcia Mellado Truiz).

Calma, Marcela não é a outra! É uma amada amiga que definiu, com extrema delicadeza e síntese, o que é estar a dois. 


12 de março de 2015.

Hoje não é um dia como outro qualquer. Não é e nunca será uma quinta-feira qualquer. Hoje fazemos 10 anos juntos. Sua alergia combinada com minha ressaca nos deu uma história incrível, cheia de descobertas, encantos, desencantos. Admiração mútua. 

Decidimos, juntos, ficar. 

Te disse recentemente e registro aqui nestes caracteres: você me faz uma pessoa melhor. Minha vida é muito melhor ao seu lado, ainda que tenhamos tantas discordâncias e um presente e futuro cheios de desafios. 

Você me fez olhar a vida sob muitas outras perspectivas. As mãos dadas, o acordar e dormir sobre a mesma cama, o gozo, o sorriso e a lágrima. A cumplicidade em muitos momentos. Sou grato ao universo por estes 10 anos, faria (quase) tudo de novo. Serei grato, e me esforçarei muito, por mais 10 anos ao seu lado. 

Nos tempos do gerundismo, quero continuar estando junto ao seu lado, e estar estando presente, de corpo e alma, em sua vida. Amo você, e vou estar estando amando você por mais 10 anos. 

Tico

ps: ouvindo Ally Kerr - The Sore Feet Song


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Alguns passos atrás


(ou a pressão pelo movimento).
Mudança. Mudar.

Em meio à bagunça, um certo caos e uma necessidade cada dia mais latente por mudanças, hoje dei vários passos para trás.

Há quatro anos não tinha uma crise de pânico, iniciada de maneira tão torta, dolorida, sem saber como e porquê, lá pelos idos de 2000. Nestes 11 anos, fiz muitas cagadas, mas também acertei a mão e seguia num caminho tranqüilo.

Hoje, ela veio. E não veio a toa. Estes passos para trás serão necessários para buscar um outro equilíbrio e enxergar o que não sinto e percebo no momento. Ou melhor, sentir o caminho do novo.

Se há algum lado bom nesta história, é a razão em saber cada sintoma e manifestação que meu corpo exalava no momento da crise. Mesmo assim, entrei em pânico. Não me culpo por isto, e acredite, isto é muito importante.

Mas fica o dever de voltar o olhar para mim, para esta casa, para meus planos, para pessoas realmente que importam, e saber que esta pressão por mudar me levará a novos bons caminhos.

O corpo dói, a alma, machucada. A estima, fragilizada. Cuidar do que deixei de lado, deixei para trás. E saber que tenho duas pessoas que tanto me amam, me esperando bem.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tudo junto e misturado

Trilha sonora:
http://www.youtube.com/watch?v=cQKqJhjVnj4

Hoje olhei pela janela do carro e vi o horizonte, sei que ele está sempre lá mas hoje estava impassível em sua linha contínua, indiferente ao que acontece aqui mas de alguma forma infininitamente paciente para mim.

Apenas lá, percebi que poderia querer me dizer que é o olhar um pouco mais longo, através dos muros altos, cinzas, sujos e rabiscados ou através daquilo que me torna um pouco triste pode ganhar o poder de transcender as palavras ouvidas, já que essas mesmas palavras quando vem com defeito não poderão ser devolvidas e, invevitavelmente, arranharão a carne nua que sangrará e fará doer.

O que isso pode tem haver? Eu venho me perguntando…
É provável que continue a perguntar continuamente e no gerúndio…

Tudo tem andado confuso e cinza, dá vontade de gritar todos os palavrões juntos em um hino randômico, sinto como se houvesse um sofá no meio da sala e sempre bato o dedinho do pé (aquele que dói bastante!) mas não sei onde colocá-lo porque afinal de contas gosto tanto dele e é de verdade!

Há sempre tantas lembranças e desejos depositados em mim aqui, ali e lá podendo render mais que a poupança ou qualquer investimento, mesmo que para os perfis mais arrojados, ao menos acredito nisso.

E o horizonte? Acabei de olhar pela janela e ele continua ali e parece que se eu esticar um pouquinho a mão conseguirei tocá-lo e ele brindará comigo com aquele vinho que ficou fechado, guardado sem ser comemorado mas deveria ter sido para tirar um pouco do peso que agora há nos ombros, nas costas e sobre as pernas.

Tudo junto e misturado, confuso, dentro e fora! Em todos os lugares porque mesmo que eu tenha muitos personagens e mesmo que alguns sejam bem clichés posso fazer o que: é a vida! Ainda sou uma pessoa só e, que as vezes fica só, sem querer porque dói mesmo que nenhuma palavra encontre sua voz ou nenhuma lágrima escorra dos olhos que sempre terão a cor do mel.

Andrea Chernioglo

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Um parênteses no caminho


Em meio a "correria" que criamos em torno de nosso diário, esquecemos, muitas vezes, de nos perguntar: afinal, por quê, para que e para onde corremos?


Eu que, nos últimos 2 anos e meio, olhei para muitos projetos, idéias, vontades, sonhos, dúvidas, desafios etc e lá constavam várias destas perguntas: Para que?, Por que? Com quem? Quando? e por aí vai...

Compomos na diferença, compomos para encontrar pontos comuns e outros que surgem no meio do caminho e, se soubermos olhar com atenção e cuidado, estes "fora da curva" sempre nos trazem algo novo. Sábio aquele que, mais do que enxergar, compreende tais movimentos. O resto, é para preencher linhas num curriculum vazio.

No ruído a mudança bateu à porta. Sem saber para onde, com quem, como etc inicio um novo projeto, um novo trilhar. Este banco não me cabe mais, é hora de caminhar.

ps: o aprendizado fica, se fortalece.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O seu dia (e todos os dias que são seus)


Trilha deste post: Bon Iver - Skinny Love
(
http://www.youtube.com/watch?v=sLOr_FrJJWA&feature=related)

Uma das coisas mais difíceis é desnudar-se - ao ouvir uma crítica, ao ouvir um elogio. Em ambos, nos desnudamos.

As 00:08h de hoje, levantei-me da cama para lhe dizer de coisas que são as mais sinceras e verdadeiras que posso lhe ofertar hoje. Ao vê-la chorar, chorei. Ao ver seu olhar perdido, senti um aperto no coração.

Mas lhe disse aquilo que é possível dizer - sem promessas ou omissões. Daquilo que, mais que dizer, posso e preciso fazer. Cuidar.

Cuidar de algo que, pela razão (ou falta de), deixamos escapar entre nossos dedos, entre nossos braços e abraços. Entre o "mito do amor romântico" e aquilo que convivemos no dia a dia: contas para pagar, nossos anseios, nossas frustrações, nossas conquistas, nossas perdas, nosso eu, nosso "nosso".

Hoje não é apenas seu aniversário, mas o de primeiro ano de nossa Aurora. Nós, que bancamos juntos, e tão somente juntos nossas escolhas, passamos juntos pelos caminhos mais longos, tortuosos e, em algum deles, incerto. Mas superamos as desconfianças, as incompreensões e vencemos.

Eis nossa Aurora, chegada ao mundo as 08:49h do dia 19 de julho de 2010. Hoje, preocupado em não perder esta hora, despertei exatamente as 08:48h, e assim pudemos, na simplicidade do amanhecer de um novo dia, um dia novo, celebrarmos. Segurar na pequenina mão de Aurora, cantar "Parabéns" como fazemos desde sua chegada, todos (ou quase todos) os dias, juntos, na mesma cama, no mesmo lar.

Hoje você completa 34 anos de vida. Há conheci quando tinha 27 anos. Lhe disse o quão bela está? Não, eu sei. Mas lhe digo neste momento.

Se é o momento de cuidar, cuidarei. Abro mão de um certo pedaço do eu para buscar um novo caminho que seja nosso.


Há muitas coisas que passamos juntos. A vida sim é feita de escolhas, e eu escolheria passar por tudo novamente, pelo fato único de passarmos juntos. Ficam cicatrizes, ficam feridas, ficam alegrias, sorrisos e lágrimas.

Te desejo minha companheira, minha consorte, minha esposa, minha melhor e mais querida amiga, minha artista, mãe, profissional: que este dia seja realmente novo para você. Que seja realmente novo para mim. Que possamos, juntos, criar novos dias. E criarmos, para nós, um novo porto seguro. Construo o meu e o nosso a partir de hoje.

Amo você. Parabéns por seu aniversário. Parabéns por este dia tão singular mas, sobretudo, por todos os dias que são seus.

Seu amigo, seu consorte, seu namorado, seu marido, pai de Aurora,

Tico

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Registro

14 de julho de 2011,

"Desejo que suas ambições encontrem espaço para realização e que seus maiores e melhores talentos encontrem um palco a sua altura para serem demonstrados".

Obrigado Cher. Obrigado por estarmos juntos hoje.

Tico

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Feliz Dia das Mães, Ândrea Chernioglo Virno

O subtítulo deste post é "A relevância da simplicidade - um aprendizado".

Atrasado, mas com a alma e coração presentes em cada toque do que escrevo aqui.

Ontem foi Dia das Mães. Hoje é Dia das Mães. Amanhã será Dia das Mães. Mas há, para a Mãe, um significado diferente no seu Dia das Mães.

Confesso que não me organizei para dar à Ândrea, seu segundo Dia das Mães - o primeiro após a chegada de Aurora. Qualquer coisa que diga aqui não servirá como justificativa para tal. E a razão do subtítulo é: tenho aprendido nos últimos 2 anos, mais intensamente nos últimos dois, três meses, a relevância da (ou na) simplicidade das coisas.

Tenho errado, escorregado nesta aprendizagem. Mas acertado algo também. Me perguntei o que lhe poderia presentear neste Dia das Mães não planejado. O que pude fazer foi tomarmos um café da manhã juntos, algo que não fazemos (quase) nunca e que Ândrea me diz sempre da importância disto em nossa casa.

Um domingo ensolarado, iniciado com Aurora as 7:30h para curtir seu novo dia no peito da Mãe, no cheiro de quem lhe acolheu por 39 semanas e 6 dias em seu útero, e com quem fez seu primero grande trabalho em conjunto: o parto.

Começar um 8 de maio de 2011 especial: Dia das Mães - de Ândrea, de Ana, de Marinilza, de Tati, de Kátia, de Viviane, de Marcela e de outras tantas Mães presentes em nossas vidas. E ainda, para rechear este dia, completamos 1 ano da formalização de nosso enlace. Mas este último, apesar de importante, é um detalhe apenas, afinal, a qualquer um que me pergunte a quanto tempo estamos casados eu digo: desde que nos encontramos em 12 de março de 2005.

Da gestação à chegada de Aurora, o mundo mudou. Mas que mundo é este? Nosso mundo. Ponto. E não preciso explicar ou quantificar o tamanho dele.

Ontem chorei. Aliás, em diversos momentos do dia chorei. Mas um choro de felicidade, de contemplação, de estar bem, de saber que, mesmo em meio a dificuldades dolorosas, estamos juntos. E acredito que, apesar das marcas, estamos mais fortes, mais sábios, mais maduros. Eu, Pai. Ela, Mãe.

O que eu posso dar a quem me deu o maior, mais perfeito e completo presente nesta vida? Qualquer coisa que pense é pouco diante da felicidade e grandiosidade em termos Aurora conosco. Do que vivemos juntos em toda a gestação, a espera pelo parto, a noite especial de 18 de julho de 2010, a manhã de 19 de julho de 2010... e os 9 meses e 3 semanas posteriores.

Pensei... o maior presente é meu carinho, meu amor, meu estar ao lado, meu colo, minha compreensão, meu apreço, uma conversa, um sorriso, um beijo, um sei lá o que. E confesso que deixei tudo isto de lado para olhar para um único ponto. Mas estou aprendendo, como no gerúndio, que é possível mudar o rumo do passo, alterar a rota, trocar a lente da maneira como enxergamos nossas vidas.

A relevância da simplicidade é reconhecer a necessidade de mudar, de encarar as incertezas, as (in)felicidades cada dia de formas diferentes. Eu continuarei dizendo "Não" para os convites de Ândrea para irmos ao teatro, ao cinema, a um show. E me surpreendendo a cada peça, a cada filme, a cada música, a cada alguma coisa que façamos juntos. =D

Ândrea Chernioglo da Silva, Ândrea Chernioglo Virno, An, Cher. Amiga, namorada, amante, companheira, esposa, consorte, Mãe.

Que privilégio o meu tê-la conhecido e estar ao seu lado. Feliz Dia das Mães - mesmo que atrasado. Ontem, hoje, amanhã.

Tico

sábado, 12 de fevereiro de 2011

(re)Voltar

O amor tem várias fases, faces e intensidade, algumas vezes oscila entre o forte e feroz contra o suave e doce, por segundos é tão destemido e medroso que poderíamos rir por horas de si, porém, é triste que por tantas vezes ele apenas doa intensa e suavemente, sem nos doar absolutamente nada.

Sempre penso: algo parece não mudar! É aquilo que nos faz voltar para casa todos os dias, buscando sempre o mesmo sorriso, mesmo que um bafo terrível, ainda sim sempre queremos voltar e ver que aquelas taças de tantos vinhos não estão mais no mesmo lugar.

Voltar sempre é voltar para sempre.

O chão sólido nos faz caminhar com os pés descalços mesmo sobre pedras pequeninas e lágrimas gigantes nos olhos, ainda sim, é como se um porto de seguranças infinitas se formasse a nossa porta sempre que voltamos.

Voltar nos torna melhores: pessoas, amores e indivíduos divididos entre o que somos, fomos e desejamos intensamente ser a cada dia.

Voltar sempre é voltar com o tempo.

O amor vive apenas para ter o poder nos transformar, tocando em nossas vozes para provar que as melhores coisas da vida sempre serão aquelas que ainda somos incapazes de sonhá-las, criá-las e assim deixando nossos limites expostos para podermos nos (re)voltar.

Um coração exposto sempre terá muitas marcas para nos lembrar que se esquecermos o poder da felicidade de voltar estragamos tudo. Acabamos com tudo.

Andrea Chernioglo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mudar

O sofrimento de mudar o seu coração de lugar transforma tudo dentro e fora de si, cada parte que cresce ou morre vai deixando suas marcas e cicatrizes, criando um mapa que não nos faz encontrar tesouro algum.

Neste processo, tantas vezes, a busca é apenas por um caminho fácil onde ignorar qualquer existência ou desejo se faz necessário para sobreviver mais um único dia.

Em sua aurora, sua primeira luz dourada e brilhante, se descobrem enrolados em lençóis manchados com tudo que continua lá como se ausência e distância não importasse mais.

Igual.

Sair sempre sem olhar para trás, e voltar junto com o luar nublado e chuvoso onde seu porto que era seguro agora parece frio e apagado pelas águas que o acompanham durante todo o dia.

Diferente.

Sonhos sem cor parece um fantasma de um passado envidraçado e um futuro enfeitaçado
que busca manter uma prece,
e o vento sussurra eternamente no seu ouvido com uma doce voz para não deixar esquecer.

O tempo.

Andrea Chernioglo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Fazendo as contas!

Tenho pensado bastante sobre o amor nos últimos tempos, ele é tão procurado, diagnosticado e desejado que já foi motivo de guerras praticamente intermináveis, já deixou muitas garrafas de vinho vazias nas noites geladas e já foi (e ainda será) o alimento de tantos poetas sob o luar.

Carregando dentro de si as ausências frias ainda vaga pelo mundo, doce e sedutor, o amor é sempre só, alguns dirão que está acompanhado porém apenas alguns poderão afirmar essa sentença.

Existe um desenho que foi profundamente explorado, abusado e re-lido em toda a nossa história, desde que o mundo se diz ser mundo o dois quer se tornar um, o uno.

Pensei então, isso é subtração! E continuei a pensar…

Será que o amor nos tira algo, que subtrai dolorosamente as partes do músculo mais forte e poderoso do nosso corpo? Será que o transforma para sempre, e sempre?

Estranho, porém, engraçado!

Meu peito não está sentindo essa subtração, exclusão ou diminuição, ele está quente e dócil o que me leva a crer que poderia ser um novo amor, talvez esse amor de mãe que cresce dentro de mim e se multiplica.

Mas não poderia deixar de ter minha teoria. Vejamos: nós éramos apenas “um” e “um” caminhando pelo mundo sorrateiros e, de repente, agradavelmente viramos “o dois” e somamos talentos (quantos talentos!)

Ainda não multiplicamos, hummm…

Um dia, em um dia divertido, ao continuar caminhando “o dois” virou “um três” e assim meio de sopetão no passo seguinte uma vira-lata, doce e gentil, veio morar aqui em casa.

Mas ainda sem multiplicações…

Agora, e bem depois, muito se fez e se formou no romper da Aurora, em um dia feliz, do caminho que continuaram andando “o três” finalmente se tornaram “o quatro” e estamos chegando ao verdadeiro valor do amor: a multiplicação.

Multiplicar o amor faz o peito transbordar de alegrias infinitas, faz conhecer nossos limites, inclusives aqueles que não gostamos muito de saber que existem, nos faz lidar com o melhor e o pior de nós e, o mais importante de tudo, nos faz feliz na nossa imperfeição e incompletude multiplicando os meios e os caminhos embaixo de nossos pés.

Portanto, multiplicai-vos!

Andrea Chernioglo

sábado, 5 de setembro de 2009

Dúvidas

Por que quanto mais próximos ficamos de alguém maior é o nosso poder em magoá-lo?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

D.R.

D.R.

Hoje em dia sejamos nós, eu ou ele cada vez que essa sigla D.R. quando nos aparece traz consigo calafrios e, o mas engraçado é que ainda precisamos das velhas letras D(escobrindo) R(espostas).
Que podem estar no meio da tempestade, ela se torna importante porque ninguém enxerga o chão, ou pelo menos um deles.
Na calmaria, ela vem agitar o enredo de dois, porque se fizermos uma subtração viraria um monólogo chato já que “O melhor encontro é de dois” já filosofou a Vanessa por ai.
Na insatisfação nos ajuda, ou não, a enxergar mãos dadas por tantas e tantas horas e o porque delas insistirem em continuar unidas.
Na alegria do sorriso parceiro ajuda a lembrar porque se adora tanto as curvas daquela boca.
Na dúvida (será?) ajuda entender as origens da angústia mesmo que nas profundas e escuras sombras.
Na paz ajuda a perceber que a guerra e a gritaria é idiotice.
No silêncio encontra um parceiro fiel da voz que susurra o verdadeiro desejo, aquele que é impronunciável.
Tudo embola, rebola, perde e se encontra no emaranhado de tantos mapas escritos em braile, desenhados ou cantados por um caminho seja ele qual for.
Caminhos?
Eles não importam desde que tudo esteja sempre se reD(escobrindo) ao entrelaçar as mesmas pernas, dedos e beijos em R(espostas) àquele infinito instante.

Andrea Chernioglo

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Recomeço

Recomeço um novo começo sem alarde, sem aviso.

Recomeço porque é necessário começar de novo, apertar o "restart" e começar de novo, um novo.

Ontem senti sensações das mais diversas - perda, tristeza, alívio, não saber o que seria daqui pra frente, o que eu queria e quero daqui por diante. Quatro anos se passaram em pouco mais de 2h em minha cabeça, antes que adormecesse. Acordei algumas vezes para ver se ela estava ali. Estava. Que bom que estava. Não é medo da falta, é vontade de estar com ela. Paradoxos. Quem disse que a vida não é feita de contradições?

Dialética...

Ao acordar, mesmo que triste e com um vazio no peito, sabia o que queria: recomeçar. Começar de novo, mas novo. E este novo poderá vir quando necessário e preciso - diariamente, semanalmente, mensalmente ou nunca. Mas decidi por tê-lo de novo, e novo.

Trilha destas linhas mal escritas: Long Gone, Chris Cornell (rock version).

Inté.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dois, um.

Depois de algum tempo é tão necessário descobrir os caminhos que transcendem os significados visíveis e possíveis das palavras que jamais foram ditas, tanto quanto daquelas que são ditas constantemente.
Diariamente.
Os caminhos que vão construindo uma vida, ou duas, que nem sempre foi sonhada ou imaginada e transforma os projetos pela sala, pelo quarto ou pela escada de incêndio nas fantasias que já esqueceram de ter.
Qual o problema do tempo para duas pessoas onde uma não quer esquecer da experiência e sensações de ser única e tem medo do dois, ou duas, ou nenhuma.
Emoção.
As sensações não se explicam mas envolvem todas as formas, cheiros e sabores de quem quer que seja, um ou o dois, algumas vezes juntos e outras separados, únicos ou não.
Realidades são variáveis e se transformam, seja para um ou dois, por mais que se diga e ouça que ela é uma e aquela que todos conhecem ou conseguem vislumbrar, quisera que no dois houvesse um único olhar e um único vislumbre, aquele que já foi apaixonado pelo menos uma vez.

Andrea Chernioglo

sexta-feira, 16 de maio de 2008

esCuTando alguns diálogos

Ela disse, nossa hoje ouvi uma coisa muito importante do meu instrutor...
E ele pergunta onde está o fio dental?
Ela triste, poxa era importante...
Ele do outro lado, espera um minuto e estou prestando atenção, deixe-me pegar o fio dental que voltamos a conversar...
Ele voltou e disse, nossa você viu que o Santos perdeu?
Ela pensou, juro que era mais importante...

Ela disse a ele que a massagista havia lhe mostrado algumas regiões com problemas de circulação.
Ele brincando com o cachorrinho.
Ela completou deveria dormir com as pernas mais elevadas que o corpo pois iria ajudar a melhorar...
Ele olha para ela e diz, porque você está com as pernas em cima de dois travesseiros?

Ela comentou que o bife havia ficado muito tempo na chapa e deveria estar esturricado, por isso fez um outro filé mas que era de frango, caso aquele estivesse muito ruim...
Ele consternado. Argh! esse filé está esturricado...
E ela ...

Ele disse em tom de súplica que de vez em quando gostaria de comer algo normal, tipo arroz e feijão
Ela apontou para o prato dele e disse, hoje no seu prato tem apenas arroz, feijão e bife, o que há de diferente nisso?
e ele ...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

(Dis)ritmia

Não, não me refiro à música de Jair Oliveira. Pra ser sincero, se ouvi brevemente uma única vez, é muito ainda...

Mas este título sugere um certo ponto de vista na relação entre homens e mulheres ou mesmo entre pessoas do mesmo sexo. Para efeito e fácil compreensão, vamos falar de Homens e Mulheres.

Eu não li Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus (ou qualquer coisa do gênero). Também não vi os nhentos filmes que tratam desta que é o maior e mais antigo mistério da espécie humana: como Homens e Mulheres fizeram o mundo, Mundo.

Se não fosse a procriação, teria o Macaco evoluído? Rogério Flausino, do Jota Quest, teria escrito "De volta ao planeta dos Macacos" e, pior, "Fácil"?

Teria Kubric realizado "2001 - Uma Odisséia no Espaço"? Existiria "Sabrina"? Adão e Eva nem conto, pois é como explicar para uma criança de 03 anos, em pleno dezembro, que Papai Noel não existe.

Pois bem, eu bato o pé e reafirmo que Homens e Mulheres não se entendem, jamais se entenderam e entenderão.

É como aquela velhinha no show do Fábio Jr. tentando acompanhar a música nas palmas... falta ritmo, ou melhor, os ritmos são diferentes. Ele canta A, a banda acompanha A, ela ouve B e bate a palma no C.

Eu digo: "Tô com sono", ela diz: "Então, vamos conversar?". Eu digo: "Vamos pedir pizza?". Ela diz: "E o nosso regime?"

Escolho um aparelho celular pelo preço - R$10,00 por um novinho, todo moderno, cheio de funções que jamais lerei no manual. Ela, pela cor - "Nossa, esse roxo é lindo! Quero um pra mim!". E lá se vão algumas centenas de reais...

Gosto de praia, ela de campo. Curto o silêncio, ela prefere o som. Meu computador é Windows, o dela, Mac. (nota: o meu poderia ser, tranquilamente, Linux). =)

Eu AMO o rock! Ela, a poesia de Chico. Eu, os tambores de Chico, ela, os olhos de Chico.

Afinal de contas, como é que chegamos até aqui?

Fica para um próximo post.

Inté!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ato 1 - aCenando

Ela em casa;
Ele no trabalho;
Ela idealizando um jantar para sexta a noite;
Ele nem pensando;
Ela comprando algumas velas e pensando no sexo de depois;
Ele ligando pra saber de dinheiro;
Ela fingindo que ele ligou apenas para dizer que ama;
Ele pensando no que há debaixo da roupa da secretária gostosa;
Ela escolhendo ingredientes exóticos que até uma atemóia veio na sacola;
Ele xingando o chefe em pensamento;
O dia dela passando…
e, ele nem vendo o dia passar…
Ela cuidando dos detalhes;
Ele ouvindo no radio que tá um p…. trânsito;
Ela levantando o decote;
Ele sentindo a gravidade puxando para baixo;
Ela combinando a louça com as flores;
Ele gritando com o motoboy;
Ela usando perfume novo;
Ele cheirando a poluição do rio;
Ele atrasando;
Ela vendo a comida esfriando;
Ele atrasando mais;
Ela comendo sozinha;
Ele atrasando ainda mais;
Ela tomando banho sozinha;
Ele atrasando ainda mais um pouco;
Ela bebendo vinho e apagando o fogo;
Ele chegando reclamando;
Ela apando as velas;
Ele nem reparando;
Ela quebrando…
os pratos, os copos, o vinho e até a atemóia na cabeça dele
mas apenas pensando no quebrando…
Hummm será o gerúndio o problema para que as coisas continuem
e, continuem acontecendo… ando…
para pratos quebrando em pensamento…
mas, ela ainda anda preferindo o sexo de depois... pena que o trânsito acabou deixando para depois...

Andrea Chernioglo